domingo, 29 de janeiro de 2012

Nintendo fecha pela primeira vez um ano no vermelho

AGORA a porra ficou séria!!!!!

Enquanto a Apple fatura oceanos verdes de dólares, do outro lado do Pacífico, mas precisamente no Japão, as coisas não vão assim tão bem. A Nintendo, empresa japonesa de games, anunciou nesta quinta feira (26) que pela primeira vez em sua história registrou prejuízo. E isso, em se tratando de Nintendo, é como um tsunami.
Com a ascensão de dispositivos móveis que recebem games, como o iPad, a Nintendo, assim como outras empresas do ramo, se viu disputando clientes como gigantes como a Apple e com uma miríade de dispositivos que antes seriam impensáveis: os onipresentes smartphones.
Aí a coisa não deu certo. A Nintendo, que entre seus recentes fracassos amargou a fraca recepção do seu portátil Nintendo 3DS, sofreu um prejuízo de US$575 milhões ao longo de 2011 – 10 vezes mais do que especialistas previam.
Crise no mundo dos games? (Ubergizmo)
Segundo o Ubergizmo, o iPad e o iTunes são os grandes responsáveis pelo fracasso da empresa que criou o Mário. A queda da Nintendo, põe um ponto de interrogação quanto ao futuro dos consoles. Será que eles deixarão de existir para se integrarem de alguma maneira a dispositivos móveis já existentes?
E a coisa não para por aí. A própria Nintendo espera um prejuízo ainda maior em 2012, segundo o Toronto Sun. A empresa revisou suas previsões devido ao grande fracasso de 2011 e agora espera uma perda de 837 milhôes de dólares para 2012.
A exemplo da Atari no pós-hecatombe dos games de 1983, a Nintendo pode virar uma produtora de títulos e largar os consoles. É uma possibilidade, já que os dois ingredientes da “quebra” de 1983 – a saber, a concorrência de dispositivos inesperados (ontem, microcomputadores, hoje, smartphones e o Xbox 360) e a drástica queda nas vendas.
Com seu mercado de consoles “grandes” sendo abocanhado paulatinamente pelo console da Microsoft e o de portáteis sendo substituído pelos smartphones, está realmente na hora da Nintendo se reinventar. Isso é possível.

A grande hecatombe dos videogames em 1983
No início dos anos de 1980, haviam consoles específicos para jogos – como o Atari 2600 e o Odissey da Magnavox, vendido por aqui pela Philips – e também haviam computadores pessoais que podiam ser usados para muitas coisas, incluindo jogos.
Atari 2600 (Divulgação)
Notadamente, haviam as linhas de microcomputadores Apple 2 e Commodore 64 nos EUA, MSX no Japão e Europa, além das mais antigas linhas Sinclair ZX, da britânica Sinclair, e TRS-80, da americana radio Shack – todas elas, à exceção do Commodore, apareceram no Brasil de uma forma ou de outra.
TK90X, o clone brasileiro do Sinclair ZX Spectrum (Wikimedia)
A concorrência entre consoles específicos e entre computadores de uso mais geral acabou por matar os primeiros. Ambos eram equipamentos mais caros naquela época do que são hoje, e portanto o consumidor normalmente decidia-se por apenas um – e, frequentemente, era o computador.
Somado a isso, havia o fato de que os videogames foram o grande acontecimento de consumo dos anos anteriores. Por isso, o mercado foi inundado por um gigantesco número de cartuchos, em sua maioria com jogos ruins. As vendas despencaram e muitas empresas foram à falência – tanto os produtores de títulos quanto os fabricantes de consoles. Entre eles, a Atari, que acabou retalhada e vendida.
Esse acontecimento fez com que os lojistas simplesmente limpassem suas prateleiras dos cartuchos e consoles de videogame e as preenchesse com outros produtos mais vendáveis. Parecia que a era dos consoles havia terminado.
A responsável por reviver o mercado de consoles dedicados foi, ora vejam só, a Nintendo. Após vencer a resistência doa lojistas, colocou no mercado norte-americano e europeu seu Family Computer System (FAMICON), rebatizado com o nome que conhecemos: Nintendo Entertainment System, ou NES.
O fenomenal Nintendo Entertainment System (Divulgação)
Isso foi em 1985, portanto houve dois anos de hiato em que não se ouvia falar de consoles para videogames. Na esteira do recomeço aberto pelo NES, a SEGA e a própria Atari, entre outros, tentaram criar sem muito sucesso rivais para os subsequentes produtos Nintendo. A Atari deixou de fazer consoles em 1996, concentrando-se em títulos para PC, e a SEGA em 2001, tendo produzido títulos inclusive para consoles da Nintendo.
Só recentemente surgiram os três competidores de peso que poderiam fazer frente aos descendentes do NES e do GameBoy: o Sony PlayStation (em 1994), o Xbox, da Microsoft (em 2001) e, ainda mais recentemente, os smartphones com Android, além da trinca iPhone/iPod/iPad. E o resto é história.

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